20/02/2020 | Por: Vilebaldo Nogueira Rocha | Visitas: 1391
Vilebaldo, familiares, amigos, autoridades, aqui presentes. Boa noite!
A princípio queremos agradecer a Deus por este momento sublime para todos, principalmente, para o poeta Vilebaldo.
Como irmã, sou suspeita para falar sobre Vila, mas, a pedido do mesmo, aceitei o desafio. Vou procurar deixar de lado minha admiração e falar de fatos concretos, ocorridos em sua trajetória na busca da realização de seu sonho.
Vilebaldo Nogueira Rocha, natural de Picos-PI, filho de Adalberto de Araújo Rocha (já falecido) e Maria da Conceição Nogueira Rocha. Desde criança mostrava Inteligência, determinação e coragem nas coisas que se propunha a fazer; daí ser o orgulho de nosso pai naquela época.
Cursou Letras na Faculdade de Formação de Professores de Araripina-PE – FAFOPA. É comerciante, bom filho, bom irmão e um grande amigo.
Muito cedo mostrou interesse pela leitura de autores consagrados, como Machado de Assis, Aluísio de Azevedo, Graciliano Ramos e outros. Porém, a sua paixão era o texto em versos, através das poesias de Castro Alves, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Fernando Pessoa (grande expressão da Literatura Portuguesa).
Ensaiou seus primeiros versos com idade de quinze anos, depois poemas e, mais tarde, organizou o esboço de seu primeiro livro.
Consagrado em primeiro lugar nos concursos de poesias desta cidade:
1990 – Academia de Letras da Região de Picos, coma a poesia “Rio Guaribas”;
1994 – III Semana Universitária – UFPI - Campus de Picos, com a poesia “Homens de Cimento e Cal”;
1997 – V Semana Universitária – UFPI - Campus de Picos, com a poesia “Cristos Crucificados”;
1995 – Conquistou o segundo lugar no concurso de poesias “Lucídio Freitas”, promovido pela Academia Piauiense de Letras, na cidade de Teresina – capital do Piauí, com “Poesia de Neon”.
Suas poesias foram estudadas em vários colégios de nossa cidade.
E o primeiro livro? Encontrava-se organizado. Por que não publicava? Muitas dificuldades econômicas impossibilitaram sua publicação. Algumas mãos tentaram ajudá-lo, mas as barreiras persistiram.
E o poeta? Aguardava, paciente e confiante, que um dia chegaria o momento. Como diz em Eclesiastes capítulo três do livro sagrado: “Há para todas as cousas, um tempo determinado por Deus”. Este tempo chegou no momento que um amigo, o jornalista Fábio Gonçalves, prontificou-se em fazer o possível e o impossível para ajudá-lo a realizar aquele sonho; que não era só seu, mas de todos os seus familiares.
O livro Cacos de Vidro foi concretizado em fevereiro do corrente ano (2000). Traz poemas cantando e exaltando a cidade em que nasceu “Linda flor selvagem! / (...) Dormirás eternamente em meu verso / (...) Picos, minha amada!”.
Para o poeta a cidade é sua musa inspiradora; pois fala do rio Guaribas, de suas ruas, bares, praça e a matriz.
Sua paixão não chega a cegueira, pois mostra as mazelas da cidade através de versos como: “Os urubus dão o tom negro de tua face”, “Rio Guaribas! / Doce retrato amordaçado na lembrança, / Hoje és mofo. Esgoto. Fratura exposta”.
Seus versos extensos lembram uma prosa poética que, ao mesmo tempo, é regional e universal quando alerta sobre a destruição da natureza. “Cortaram os cabelos das acácias / Amazônia, o que será de ti, / Se aqui na selva de pedra entre mil olhos / Teus vestígios os homens devoram?”. O lírico mesclado com o social na poesia “Cristos Crucificados”.
O poeta, com a poesia “Noite”, lembra um fato que marcou nossas vidas, quando perdemos um de nossos pilares, no dia 13 de março de 1975: nosso querido pai, que tanto nos orientou e, se estivesse presente, ficaria muito orgulhoso de seu filho. No geral é uma poesia nostálgica, de dor e sofrimento, mas tenhamos cuidado para não confundirmos o Poeta e seus versos, pois ele mesmo explica no poema “Eu e meu verso”: “Eu não sou meu verso /Nem meu verso sou eu / Somos ambos independentes / Embora ele carregue em si toda essência do meu ser”. E aqui quero lembrar alguns versos de Fernando Pessoa, quando fala da interligação Poeta-Poesia: “O poeta é um fingidor / Finge tão completamente / Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente”.
Então, amigos, parafraseando o Poeta, quando vocês deitarem os olhos nos poemas de nosso querido Vila, encontrarão outras temáticas, como: amor, religiosidade, e poderão fazer várias análises.
Esperamos, Vilebaldo, que este livro seja o primeiro de uma série que lhe trará o reconhecimento do seu trabalho como “Poeta” e como “Ser Humano”, colocando-lhe entre os nomes consagrados de nossa cidade e do Piauí. Quem sabe? Até do nosso país, pois sua poesia será, com certeza, um veículo de transformação da sociedade. Quem lê atentamente seus poemas, irá entender seus apelos para que haja uma mudança no modo do homem pensar e agir.
Parabéns, Vilebaldo, que a partir desse momento deixa de ser inédito!
Parabéns, Picos, pelo engrandecimento de sua cultura.
Picos (PI), 18 de março de 2000.
Discurso de Solange Nogueira Rocha no lançamento do livro Cacos de Vidro, do poeta Vilebaldo Nogueira Rocha, em 18 de março de 2000, no auditório da Associação Comercial de Picos.
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