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  • OZILDO ALBANO - O PALADINO DA CULTURA PICOENSE

    data da publicação 24/12/2018 | Por: Vilebaldo Nogueira Rocha | Visitas: 707

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    Foto: Foto de Ozildo Albano

    Quando Ozildo faleceu dia 05 de julho de 1989, no velório encontrei a artista plástica e amiga Mundica Fontes. Ela me pediu que escrevesse um texto falando da importância de Ozildo Albano para nossa cultura. Tinha como objetivo colher vários depoimentos de pessoas ligadas às artes e a ele, para fazer-lhe uma homenagem, publicando tais depoimentos em jornais locais. O certo é que não escrevi, e, salvo engano, esses depoimentos também nunca foram publicados.

    Algum tempo depois escrevi um poema intitulado “Garimpeiro de Memórias” que foi publicado em jornais e também consta no meu segundo livro de poemas O Caçador de Passarinhos, publicado no início de 2006. Era uma dívida que eu tinha para com esse vate da nossa cultura. Mas na verdade o poema diz pouco, diante do que representa Ozildo no panorama cultural picoense. O que sei é que ele foi e continua sendo o paladino da nossa cultura.

    Pouco convivi com Ozildo, duas ou três visitas ao antigo museu para fazer pesquisas escolares. Ele era sempre prestativo e orientava os estudantes no que fosse possível. Era de uma humildade que espantava: como ser tão rico no saber e tão simples no viver! Na verdade o grande patrimônio era o próprio Ozildo, com toda gama de conhecimentos e vivências de um homem que sempre esteve à frente de seu tempo. Infelizmente, a gente só percebe o verdadeiro valor das pessoas quando as perdemos.

    José Albano de Macêdo, porpularmete conhecido como prof. Ozildo Albano, nasceu em 20 de novembro de 1930 em Picos.

    Foi um dos fundadores e presidente do “Grêmio Literário Da Costa e Silva”. Coordenou várias atividades culturais, serestas e realizou várias encenações de peças teatrais. Trouxe de Recife uma tipografia, e no dia 15 de março de 1952 circulou o primeiro número do jornal estudantil do Ginásio de Picos – “Flâmula”. Foi juiz de direito e professor.

    Entretanto, sua grande obra foi a fundação do Museu “João Gomes Caminha”, legado que ele deixou à sociedade picoense, hoje museu “Ozildo Albano”. Não foi obra de uns dias ou alguns anos, mas de toda uma vida: Foram 58 anos, 7 meses e 15 dias de extrema dedicação à cultura, à memória da cidade e de seu povo. Cotidianamente escreveu, comprou, pediu, pesquisou, guardou: escrituras, cartas, fotografias, livros, discos, quadros, relíquias, imagens sacras, etc, etc, etc...

    Muito do que ele garimpou, resgatou e construiu, continua guardado, pois o que hoje está exposto no Museu Ozildo Albano, é bom que se diga, não representa nem cinqüenta por cento do acervo deixado. Muitas peças, documentos, escritos e fotografias, sem contar a vasta e riquíssima biblioteca com mais de dois mil livros, continuam no antigo local onde funcionava o museu “João Gomes Caminha” sem que possa ser disponibilizado à sociedade, isso em virtude da falta de apoio e do descaso por parte dos órgãos governamentais, que pouquíssimo tem feito para que se possa usufruir de todo esse tesouro garimpado por Ozildo Albano.

    Apesar dos pesares, Albano, seu irmão, e a família continuam cuidando dessa obra preciosa, dando seguimento ao trabalho por ele iniciado. O próprio museu não recebe verbas suficientes para o seu funcionamento. Certa vez Albano confidenciou-me, que já chegou a recusar objetos que lhe foram oferecidos por não dispor de espaço nem de recursos para acomodar tais relíquias. Declarou-me isto com uma tristeza que doía na alma.

    Picos possui um legado valioso, resta agora saber aproveitar, saber usar e contribuir para manter esse patrimônio. Onde estão as escolas que não levam os alunos para visitarem o museu, para aprenderem no museu????!!!!!! O museu é dinâmico, não pára, como disse Cazuza: vejo um museu de grandes novidades, o tempo não pára.

    Numa justa e merecida homenagem, o dia do natalício de Ozildo Albano, 20 de novembro, foi instituído como o dia da cultura picoense.

     

                             Picos-PI, 22 de novembro de 2006.

                           -    Vilebaldo    Nogueira    Rocha)     -

                     Presidente da União Picoenses de Escritores

     



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