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Vilebaldo Rocha | Olá, seja bem vindo

  • DEUS TAMBÉM TEM UM INFERNO

    data da publicação 09/01/2019 | Por: Vilebaldo Nogueira Rocha | Visitas: 1361

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    Foto: Filósofo Nietzsche

    O filósofo alemão Nietzsche disse que até Deus tem um inferno: é o seu amor pelos homens. Também quem mandou criar homem, mulher, maçã e cobra?!

     

    O homem foi um erro de Deus: o seu pecado; o fruto de sua vaidade; o seu desejo de ser adorado e ovacionado pela obra perfeita que criara. Na verdade, o que seria de Deus sem essa raça de nigromantes para enaltecê-lo e reverenciá-lo?!

     

    O que Deus não imaginava era que o homem na condição de filho e herdeiro incondicional, fosse reivindicar os seus direitos e estabelecer o seu reinado: sentar-se no trono do pai, e de criatura passar a criador.

     

    O homem é, ao mesmo tempo, a alegria e tristeza de Deus. O todo poderoso carregará pela eternidade o peso desse antagonismo, de um lado sua obra perfeita, do outro seu filho desobediente e arrogante.

     

    Pai é mesmo bicho sem moral diante dos filhos. Um filósofo contemporâneo desses de botequim (sexta-feira à tarde em Joãozinho), disse sabiamente que o pai é palhaço dos filhos. É bem verdade, basta olhá-lo lambendo sua cria, satisfazendo-lhe todos os desejos, abstendo-se de gozar a vida em prol do rebento, sacrificando-se por ele, doando a própria vida caso necessário.

     

    O homem está destruindo uma parte da grande obra de Deus, o planeta terra, inclusive já cagou e mijou na lua. Pobre lua dos poetas românticos!!!

     

    Nisto tudo, o que é mais interessante e até incoerente, é que a tristeza de Deus também cai sobre os ombros dos filhos. Em especial dos artistas, mas principalmente dos poetas.

     

    O artista é quem mais procura exercer a condição de filho de Deus. Na ânsia de querer dividir com o pai o peso da responsabilidade; ele que tem uma sensibilidade mais aguçada do que o normal, segundo o dizem, quer carregar nas costas as dores do mundo. E sai por aí consertando o que foi por ele mesmo danificado, consertando o que não tem conserto, deformando e difamando a realidade; por vezes, criando uma supra-realidade e nela se perdendo.

     

    Enquanto isto os hospícios estão repletos de doidos, loucos e artistas; provavelmente o próprio Deus deva está por lá, entre eles, fingindo-se de maluco para não ser crucificado novamente. E faz muito bem, pois se o pegam, com certeza numa disputa entre Ele e Bin Laden, este último vencerá com sobra, e Pilatos nem mesmo lavará as mãos. O povo tem a memória curta.

     

    Eu saio dessa solidão e derramo sobre um chão de árvores sacrificadas em prol da poesia, versos, poemas imperfeitos, feitos ao sabor das horas em agonia, sob o peso dessa tristeza infinita e hereditária. Não me peçam coerência! Eu sou poeira cósmica! Eu sou a sobra do caos! Meu verso é minha identidade e minha loucura; é meu corpo, minha alma e minha prisão! É minha forma de oração!

     

    Recentemente o amigo Tarciso Coelho numa prosa adaptada de um texto de José do Vale Pinheiro Feitosa, que eu gostaria de conhecê-lo, elaborou uma crônica intitulada “A tristeza de Vilebaldo”, e nesta discorreu sobre a tristeza oculta no peito de um poeta, concluindo a crônica com o poema Rio Guaribas.

     

    É verdade que dentro de mim passa um rio de lágrimas, entretanto, nem toda amabilidade dos confrades upeanos conseguirá estancar essa veia aberta em meu peito; o que poderão fazer se o quiserem, é lerem meus poemas (satisfeito ficarei)  e nisto postar-se diante de Deus e do Diabo. E então escolher o caminho a seguir. Embora não haja caminho nenhum. Somente um coração palpitando sobre uma mesa fria de palavras, e palavras que não conseguem traduzir a essência dos sentimentos; dói saber que a poesia saudável e perfeita no peito, aflui cancerígina no poema. É pena!!!!

     

    Quanto a tristeza imbuída no poema, sofrimento e morte do Meu Rio Guaribas, esclareço que não é o rio da minha aldeia que fenece, são todos os rios do mundo, é a própria raça humana, feita à imagem e semelhança de Deus. Eu sou todos nós!!!

     

    E para fechar esta prosa descabida e desenxabida utilizo um trecho do livro “O Demônio e a Srta. Prym” de Paulo Coelho: “Se até Deus tem um inferno: que é o seu amor pelos homens, qualquer homem tem um inferno ao alcance da mão, que é o seu amor pela família.”

     

    Escrever alivia-me o peso dos ombros e deixa mais leve minha alma.

     

    Amém!

     



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