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Vilebaldo Rocha | Olá, seja bem vindo

  • A CIDADE DO MEDO

    data da publicação 27/12/2018 | Por: Vilebaldo Nogueira Rocha | Visitas: 540

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    Foto: Estatística da violência

    Faremos casa de medo,

    Duros tijolos de medo.

           (Carlos Drummond de Andrade)

    O medo, o pânico e o pavor instalaram-se em nossos olhos. Picos, quem diria, outrora tão pacata, transformou-se na cidade do medo. Tornou-se uma extensão do inferno ou o próprio inferno. Virou covil de ladrões, pedintes profissionais, assaltantes, gangs de desocupados, baderneiros, maconheiros, políticos, assassinos e o diabo a quatro.

     

    Faremos casas de medo,

    Duros tijolos de medo.

     

    Está pintado o quadro do caos. O medo nos olhos de todos. A cidade abandonada; os urubus passeando nas calçadas; obras inacabadas e esquecidas, outras se arrastando a passos de tartaruga com muleta. Gente jogando lixo na rua; gente jogando imagem de Cristo no lixo. O trânsito congestionado com centenas de motoristas mal acostumados  e mal educados, buzinando por qualquer besteira e xingando a mãe de todos. O ladrão com medo da polícia, a polícia com medo do ladrão e o povo com medo de ambos. Moto-taxi na contramão; moto-taxi atropelando gente e matando e morrendo. Assaltos, roubos, mortes e mortes e mortes. E o medo nos olhos de todos.

     

    Faremos casas de medo,

    Duros tijolos de medo.

     

    Todo esse caos deve-se ao fato de que a mais de uma década não existe administração na cidade. Isso aqui virou terra de ninguém. Cidade Modelo de como não deve ser. Pois é, continuemos a votar nas mesmas pessoas. Os urubus reversar-se-ão no poder como o dia com a noite.

     

    Faremos casas de medo,

    Duros tijolos de medo.

     

    E assim vamos vivendo; levantando as paredes do muro; pondo mais cadeados no portão; abdicando a um passeio noturno; desconfiando dos próprios amigos e rezando pela morte do inimigo. E assim vamos “vivendo” e construindo a nossa própria prisão; prisão lapidada no medo. Fazendo casas de medo, com duros tijolos de medo. O medo triste dos leiteiros, que deixam suas casas para enfrenta a solidão e o medo dos consumidores de leite bom que vem do interior. Leite branco de medo, que treme ao alvorecer pois sabe que as páginas dos jornais o tingirão de vermelho. E ficarão vermelhos de medo. Que o dia nos seja leve e a noite também.

     

    Faremos casas de medo,

    Duros tijolos de medo.

     



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