07/06/2019 | Por: Vilebaldo Nogueira Rocha | Visitas: 1935
Quando menino plantei asas em meu peito,
correr de encontro ao vento, verso, vela, mar, amor.
Mas o medo fez seu ninho na mente e no coração.
Virei ave de gaiola. Assum preto sofredor.
(Dias meses anos sol lua clara solidão)
“O tempo compositor de destinos”, (*)
Não destrói os castelos de menino.
Porém, põe o musgo do tédio
Na retina do olho e nas fibras do coração.
(Dias meses anos sol lua clara solidão)
A porta se abre...
Cruzo o batente e vislumbro outra vida.
Novo sol. Nova placenta rompida.
Pego o taxi da solidão.
Dias anos
Meses séculos
Anos solidão
Sol só
Lua nua
Clara solidão
A poeira da estrada
deixa nos poros do meu rosto
tijolos de alegria e de dor:
Poesia nossa de cada dia.
Difícil é não lembrar
dos olhos de minha mãe.
Um olho dizia: fica;
o outro, seja feliz!
Mas a vida é assim mesmo.
Não importa se hoje sou mais triste ou mais feliz.
O importante é que meu verso agora tem cheiro forte,
quer seja de vida, quer seja de morte,
mas este é o canto que eu sempre quis.
(*) Verso de Caetano Veloso
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