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Vilebaldo Rocha | Olá, seja bem vindo

  • MORRO QUEBRA PESCOÇO

    data da publicação 25/12/2018 | Por: Vilebaldo Nogueira Rocha | Visitas: 1200

    morro-quebra-pescoco
    Foto: Morro quebra pescoço, Ipueiras, em Picos-PI

    O sol estava se deitando por trás da serra do jacu. A passarada começava a acomodar-se nas árvores, preparando para a noite que principiava. Quinze de março de 1859. No terreiro da fazenda alvorada, o coronel Natário  (coronel apenas no nome pois como era de praxe na época, os grandes fazendeiros compravam as patentes, para imporem mais respeito e medo aos seus empregados e escravos), estava irado, bufando de raiva com seus vaqueiros, porque não haviam trazido a novilha malhada para o curral .

    Essa novilha que recebera o apelido de malhada devido a algumas manchas que tinha no corpo; nascera na chapada e lá crescera, sem conhecer um cabresto ou mesmo os limites de um curral. Alguns vaqueiros chamavam-na  de “furacão-da-mata”, pela forma como cortava a catinga quando perseguida por vaqueiros.

    ___ Bando de incompetentes... molengas. Deviam vestir saias. Bradava o coronel Natário aos seus vaqueiros, que ficavam com a cara no chão.

    ___ Aquela rês parece que tem o “demo” no couro, coronel. Tentava argumentar João Felizardo, capataz da fazenda; nascido e criado ali. Era filho do vaqueiro Ronaldão, de quem herdava a destreza de domar cavalo bravo; era tido como o melhor vaqueiro daquela redondeza. Mas seus argumentos foram insuficientes para acalmar o cel. Natário.

    ___ “Demo” nos couros coisa nenhuma; vocês são uns bunda-mole, incapaz de laçar uma novilhazinha e trazer para o curral. Dizendo isto, o Cel. Natário foi se retirando para casa com seu corpo obeso que mais parecia um sapo cururu  envolto em vestes humanas.

    ___ Espere um pouco coronel Natário -  era a voz de João Felizardo que rompera o silêncio deixado pelas palavras do coronel. Sentiras-se magoado com as palavras ofensivas do coronel. Ele que desde criança dedicara-se exclusivamente àquela fazenda, àquela família, àquele homem; ser chamado bunda-mole... era preciso exigir o mínimo de respeito; um pouco de dignidade, que o homem por mais humilde e servil  que seja tem direito.

    ___ Coronel, se amanhã à tarde a malhada não estiver amarrada no mourão do seu curral, não mais receberei vosso dinheiro.

    O coronel não disse uma palavra. Reconhecera que fora duro demais. Mas não voltou atrás. Virou-se e entrou em casa gritando a preta Chica que  lhe trouxesse uma xícara de café.

     

                                                   II

     

    A noite estava de meter-dedo-no-olho. Os vaqueiros se reuniram ao redor da fogueira. Pairava um silêncio total. João Felizardo tinha um olhar esquisito, compenetrado, mergulhando profundamente na escuridão que se estendia além. Quase não piscava, era se seu corpo estivesse ali, mas sua alma não.

    ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­___ Nois num ramo consigui pegar aquela peste antes do ... - Desidério não conseguiu terminar a frase., Felizardo o interrompeu , porém o olhar permanecia fixo no nada.

    ___ Eu vou sozinho. Vocês estão fora desta tarefa.

    ___ Mas é loucura, Felizardo! É impossível pegar em bando, quanto mais sozinho. Foi Chico Camaleão quem falou abismado. Era o amigo mais chegado  a Felizardo. Eram amigos desde criança. Cresceram juntos.

    Eu vou sozinho - disse Felizardo - já esta decidido; é uma questão pessoal. Ou trago aquela peste ou juntos vamos pro inferno. Felizardo foi seco e severo na resposta; não parecia o mesmo.

    ___ Diacho de cabeça-dura, ome - Chico Camaleão saiu largando o cigarro de palha com raiva, e foi deitar.

    Um a um os vaqueiros foram se retirando; restando somente João Felizardo na mesma posição em que se encontrava. Pensava em sua vida de menino, quando brincava naqueles campos; seu pai, velho Chico, a ensinar-lhe  os segredos da profissão de vaqueiro e a contar-lhe estórias de assombração em noites de lua cheia. João Felizardo passou quase toda a noite revivendo esses momentos - ora parecia surgir em sua face uma expressão de riso, no entanto logo se dissipava. Depois, quase maquinalmente levantou-se e foi dormir.

     

                                                   

                                            III

     

     

    O sol ainda não raiara, mas João Felizardo já estava de pé. Foi até o riacho das Guaribas para banhar e espantar o sono que seus olhos não negavam, e para relaxar os nervos. Foi à cozinha e tomou uma xícara de café preto com um beiju de tapioca. Vestiu suas indumentárias de vaqueiro. Selou seu cavalo ureinha, única herança patrimonial deixada por seu pai. Era um cavalo de primeira; veloz como um capeta; não refugava terreno, nem mesmo o juremal mais fechado. João montou e assobiou chamando seu fiel companheiro Jauru:  bom de caça, tinha um faro dos diabos; estava deitado a um canto, mas ao assobio foi logo se levantando e seguindo-o.

    ___ Felizardo, cuidado! Era dona Marieta que recomendava; mulher de Felizardo: bela e tranqüila, mas demonstrava na voz um certo temor.

    Felizardo voltou a cabeça e acenou-lhe com a mão dizendo: ___ não se preocupe; mais logo estarei de volta com aquela besta-fera amarrada pelo laço.

    Passava do meio dia e nem sinal da novilha. Felizardo dirigiu-se rumo ao brejo dos macacos onde os animais diariamente vão matar a sede. Quem sabe contando com a sorte encontraria a novilha por lá.

    Chegando, nem sinal. Apeou do cavalo e juntos saciaram a sede. Jauru já se fartara e estava deitado a sombra de um juazeiro. Felizardo tirou o chapéu e mergulhou a cabeça na água; quando levantou a cabeça tomou um susto tremendo. Do outro lado da pequena lagoa estava malhada, também com um olhar de espanto.

    Jauru latiu, partindo rumo à novilha, que não esperou e aterrou os pés mata a dentro. Felizardo saltou no cavalo e saiu em disparada guiado pelo quebrar dos galhos e os latidos do cão; de vez em quando um grunido: eram os coices que a novilha dava no cão que a perseguia.     

               

                                         IV

     

    O sol já esmorecia. O cansaço era visível em ambas as partes. A novilha subiu um morro que o formato de um peito de mulher-moça.  Malhada parou no platô   e voltou-se para o vaqueiro que vinha em seu encalce. De todos os lados a descida era íngreme. João Felizardo  logo se aproximou. Preparou o laço, mas por um momento seus olhos se fixaram nos olhos de malhada. Cada um estudava as intenções do outro. Parecia haver uma admiração recíproca; a destreza com que cada um cumpria sua sina: ela, não querendo curvar-se aos caprichos de um senhor; tornar-se prisioneira, isso não. Ele provar que era o melhor vaqueiro da redondeza, o bravo, o destemido;  ser venerado por todos, não queria perder a fama que conquistara.

    Nesse momento de trégua, Jauru vez por outra latia, no entanto, ficara junto a seu dono, esperando a iniciativa. Malhada agora olhava de um lado para o outro procurando escapatória.

    Felizardo instigou o cachorro e prepara-se para laçar a novilha. Num acesso de loucura, a novilha dispara morro abaixo feito uma condenada.

    ___ Meu Deus do céu!! Exclamou Felizardo. E agora???!!!...

    Numa fração de segundos, mil imagens se formaram em sua mente, vozes tinindo aos seus ouvidos: o olhar austero do coronel lhe chamando de molenga; os rostos dos companheiros, grandes e deformados gritando quase em coro: --Você perdeu, cabeça-dura, você perdeu... Você não é mais o melhor; está derrotado; sua esposa falava num tom de calmaria e terror ao mesmo tempo: cuidado Felizardo!! Cuidado com a morte!  Ela ronda teus passos! Cuidado!! Cuidado!! A imagem dela ia sumindo, e aquele grito a estourar seus tímpanos. Seu pai surgiu com um olhar frio, indignado, sem dizer uma palavra, mas com um olhar condenador que só os pais e os deuses tem.

    João Felizardo soltou um grito como a espantar os fantasmas de sua mente; esporou com vigor a barriga do cavalo e saiu em disparada nos rastros da novilha, seguindo a mesma trilha empoeirada.

    Ouviu-se um quebrar de galhos; rolar de pedras: relinchos de cavalo e gritos e gemidos. Nada se viu, a poeira cobria o morro.

    No outro dia, encontraram mortos: Felizardo, o cavalo e a novilha malhada, com o laço em volta do pescoço. Todos estavam com o pescoço quebrado. Jauru estava junto a seu dono, não deixando se aproximar os urubus famintos deste sertão de meu deus.

    Chico Camaleão, que encontrou Felizardo, pegou o facão e dos galhos melados de sangue, fez uma cruz e fincou no alto do morro.

    Até então não tinha aquele morro um nome. Só apartir daquele dia, ficou sendo chamado pelos moradores da região como: “morro-quebra-pescoço.”        

    Hoje são 16 de março. Estou em direção à cidade de Bocaina; a estrada passa ao pé do morro - quebra - pescoço. Vejo pessoas que sobem o morro para rezar ao pé da cruz. O  dia todo não para essa romaria.

    Um quilometro antes do morro um senhor me pediu carona, foi ele quem me contou essa estória, ele contou com tanta convicção que parecia conhecedor de fato. Após terminar de narrar esta estória o senhor pediu para que eu parasse. Não havia casa ou estrada no local , somente mata. Achei esquisito e perguntei se era ali mesmo que ele queria ficar. Respondeu que sim. Tenho de cumprir a minha sina, contar esta estória por toda a eternidade.

    O sol estava se deitando por trás da serra do jacu. A passarada começava a acomodar-se nas árvores, preparando para a noite que principiava. Quinze de março de 1859. No terreiro da fazenda alvorada, o coronel Natário  (coronel apenas no nome pois como era de praxe na época, os grandes fazendeiros compravam as patentes, para imporem mais respeito e medo aos seus empregados e escravos), estava irado, bufando de raiva com seus vaqueiros, porque não haviam trazido a novilha malhada para o curral .

    Essa novilha que recebera o apelido de malhada devido a algumas manchas que tinha no corpo; nascera na chapada e lá crescera, sem conhecer um cabresto ou mesmo os limites de um curral. Alguns vaqueiros chamavam-na  de “furacão-da-mata”, pela forma como cortava a catinga quando perseguida por vaqueiros.

    ___ Bando de incompetentes... molengas. Deviam vestir saias. Bradava o coronel Natário aos seus vaqueiros, que ficavam com a cara no chão.

    ___ Aquela rês parece que tem o “demo” no couro, coronel. Tentava argumentar João Felizardo, capataz da fazenda; nascido e criado ali. Era filho do vaqueiro Ronaldão, de quem herdava a destreza de domar cavalo bravo; era tido como o melhor vaqueiro daquela redondeza. Mas seus argumentos foram insuficientes para acalmar o cel. Natário.

    ___ “Demo” nos couros coisa nenhuma; vocês são uns bunda-mole, incapaz de laçar uma novilhazinha e trazer para o curral. Dizendo isto, o Cel. Natário foi se retirando para casa com seu corpo obeso que mais parecia um sapo cururu  envolto em vestes humanas.

    ___ Espere um pouco coronel Natário -  era a voz de João Felizardo que rompera o silêncio deixado pelas palavras do coronel. Sentiras-se magoado com as palavras ofensivas do coronel. Ele que desde criança dedicara-se exclusivamente àquela fazenda, àquela família, àquele homem; ser chamado bunda-mole... era preciso exigir o mínimo de respeito; um pouco de dignidade, que o homem por mais humilde e servil  que seja tem direito.

    ___ Coronel, se amanhã à tarde a malhada não estiver amarrada no mourão do seu curral, não mais receberei vosso dinheiro.

    O coronel não disse uma palavra. Reconhecera que fora duro demais. Mas não voltou atrás. Virou-se e entrou em casa gritando a preta Chica que  lhe trouxesse uma xícara de café.

     

                                                   II

     

    A noite estava de meter-dedo-no-olho. Os vaqueiros se reuniram ao redor da fogueira. Pairava um silêncio total. João Felizardo tinha um olhar esquisito, compenetrado, mergulhando profundamente na escuridão que se estendia além. Quase não piscava, era se seu corpo estivesse ali, mas sua alma não.

    ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­___ Nois num ramo consigui pegar aquela peste antes do ... - Desidério não conseguiu terminar a frase., Felizardo o interrompeu , porém o olhar permanecia fixo no nada.

    ___ Eu vou sozinho. Vocês estão fora desta tarefa.

    ___ Mas é loucura, Felizardo! É impossível pegar em bando, quanto mais sozinho. Foi Chico Camaleão quem falou abismado. Era o amigo mais chegado  a Felizardo. Eram amigos desde criança. Cresceram juntos.

    Eu vou sozinho - disse Felizardo - já esta decidido; é uma questão pessoal. Ou trago aquela peste ou juntos vamos pro inferno. Felizardo foi seco e severo na resposta; não parecia o mesmo.

    ___ Diacho de cabeça-dura, ome - Chico Camaleão saiu largando o cigarro de palha com raiva, e foi deitar.

    Um a um os vaqueiros foram se retirando; restando somente João Felizardo na mesma posição em que se encontrava. Pensava em sua vida de menino, quando brincava naqueles campos; seu pai, velho Chico, a ensinar-lhe  os segredos da profissão de vaqueiro e a contar-lhe estórias de assombração em noites de lua cheia. João Felizardo passou quase toda a noite revivendo esses momentos - ora parecia surgir em sua face uma expressão de riso, no entanto logo se dissipava. Depois, quase maquinalmente levantou-se e foi dormir.

     

                                                   

                                            III

     

     

    O sol ainda não raiara, mas João Felizardo já estava de pé. Foi até o riacho das Guaribas para banhar e espantar o sono que seus olhos não negavam, e para relaxar os nervos. Foi à cozinha e tomou uma xícara de café preto com um beiju de tapioca. Vestiu suas indumentárias de vaqueiro. Selou seu cavalo ureinha, única herança patrimonial deixada por seu pai. Era um cavalo de primeira; veloz como um capeta; não refugava terreno, nem mesmo o juremal mais fechado. João montou e assobiou chamando seu fiel companheiro Jauru:  bom de caça, tinha um faro dos diabos; estava deitado a um canto, mas ao assobio foi logo se levantando e seguindo-o.

    ___ Felizardo, cuidado! Era dona Marieta que recomendava; mulher de Felizardo: bela e tranqüila, mas demonstrava na voz um certo temor.

    Felizardo voltou a cabeça e acenou-lhe com a mão dizendo: ___ não se preocupe; mais logo estarei de volta com aquela besta-fera amarrada pelo laço.

    Passava do meio dia e nem sinal da novilha. Felizardo dirigiu-se rumo ao brejo dos macacos onde os animais diariamente vão matar a sede. Quem sabe contando com a sorte encontraria a novilha por lá.

    Chegando, nem sinal. Apeou do cavalo e juntos saciaram a sede. Jauru já se fartara e estava deitado a sombra de um juazeiro. Felizardo tirou o chapéu e mergulhou a cabeça na água; quando levantou a cabeça tomou um susto tremendo. Do outro lado da pequena lagoa estava malhada, também com um olhar de espanto.

    Jauru latiu, partindo rumo à novilha, que não esperou e aterrou os pés mata a dentro. Felizardo saltou no cavalo e saiu em disparada guiado pelo quebrar dos galhos e os latidos do cão; de vez em quando um grunido: eram os coices que a novilha dava no cão que a perseguia.     

               

                                         IV

     

    O sol já esmorecia. O cansaço era visível em ambas as partes. A novilha subiu um morro que o formato de um peito de mulher-moça.  Malhada parou no platô   e voltou-se para o vaqueiro que vinha em seu encalce. De todos os lados a descida era íngreme. João Felizardo  logo se aproximou. Preparou o laço, mas por um momento seus olhos se fixaram nos olhos de malhada. Cada um estudava as intenções do outro. Parecia haver uma admiração recíproca; a destreza com que cada um cumpria sua sina: ela, não querendo curvar-se aos caprichos de um senhor; tornar-se prisioneira, isso não. Ele provar que era o melhor vaqueiro da redondeza, o bravo, o destemido;  ser venerado por todos, não queria perder a fama que conquistara.

    Nesse momento de trégua, Jauru vez por outra latia, no entanto, ficara junto a seu dono, esperando a iniciativa. Malhada agora olhava de um lado para o outro procurando escapatória.

    Felizardo instigou o cachorro e prepara-se para laçar a novilha. Num acesso de loucura, a novilha dispara morro abaixo feito uma condenada.

    ___ Meu Deus do céu!! Exclamou Felizardo. E agora???!!!...

    Numa fração de segundos, mil imagens se formaram em sua mente, vozes tinindo aos seus ouvidos: o olhar austero do coronel lhe chamando de molenga; os rostos dos companheiros, grandes e deformados gritando quase em coro: --Você perdeu, cabeça-dura, você perdeu... Você não é mais o melhor; está derrotado; sua esposa falava num tom de calmaria e terror ao mesmo tempo: cuidado Felizardo!! Cuidado com a morte!  Ela ronda teus passos! Cuidado!! Cuidado!! A imagem dela ia sumindo, e aquele grito a estourar seus tímpanos. Seu pai surgiu com um olhar frio, indignado, sem dizer uma palavra, mas com um olhar condenador que só os pais e os deuses tem.

    João Felizardo soltou um grito como a espantar os fantasmas de sua mente; esporou com vigor a barriga do cavalo e saiu em disparada nos rastros da novilha, seguindo a mesma trilha empoeirada.

    Ouviu-se um quebrar de galhos; rolar de pedras: relinchos de cavalo e gritos e gemidos. Nada se viu, a poeira cobria o morro.

    No outro dia, encontraram mortos: Felizardo, o cavalo e a novilha malhada, com o laço em volta do pescoço. Todos estavam com o pescoço quebrado. Jauru estava junto a seu dono, não deixando se aproximar os urubus famintos deste sertão de meu deus.

    Chico Camaleão, que encontrou Felizardo, pegou o facão e dos galhos melados de sangue, fez uma cruz e fincou no alto do morro.

    Até então não tinha aquele morro um nome. Só apartir daquele dia, ficou sendo chamado pelos moradores da região como: “morro-quebra-pescoço.”        

    Hoje são 16 de março. Estou em direção à cidade de Bocaina; a estrada passa ao pé do morro - quebra - pescoço. Vejo pessoas que sobem o morro para rezar ao pé da cruz. O  dia todo não para essa romaria.

    Um quilometro antes do morro um senhor me pediu carona, foi ele quem me contou essa estória, ele contou com tanta convicção que parecia conhecedor de fato. Após terminar de narrar esta estória o senhor pediu para que eu parasse. Não havia casa ou estrada no local , somente mata. Achei esquisito e perguntei se era ali mesmo que ele queria ficar. Respondeu que sim. Tenho de cumprir a minha sina, contar esta estória por toda a eternidade.

     



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